sábado, 30 de março de 2013

MONÓLOGOS FEMININOS




- Oi, gente! Alguém ai sabe onde posso comprar um presente para o meu namorado? Sabe como é, hoje fazemos 5 anos de namoro! - Eu não sei não, amiga! Afinal, não tenho namorado! - Faz bem, minha amiga! Esses homens de hoje não prestam! - E o meu, que foi embora com uma vagabunda! Traidor miserável! E era a minha melhor amiga! - E como é que foi isso, Miriam? – Para de show, Patrícia! Ela já contou essa historia mil vezes! – É! Não vem com essa, não, Paty! A Miriam já contou um monte de vezes! - Foi com a minha melhor amiga que aquele desgraçado foi embora! - Nossa, que coisa horrível! - Ta lá com ele agora! Foram morar juntos no interior! - Nossa, não desejo isso pra ninguém! - Também pudera! Você nunca deu um presente pra ele! - Que isso, amiga? Isso é jeito de falar com a Miriam? - Mas é verdade! Por isso que quero comprar um presente pro meu namorado! Se eu não agrado ele, vem outra e faz! - Nossa que comentário mais inoportuno! - Tudo bem, gente, desculpas! E Miriam, perdão! Acontece que eu só queria a opinião de vocês para comprar um presente para o meu namorado! Só isso! - Mas também com um comentário como esse que você fez! Muito desagradável! A Miriam deve ter ficado sentida! - Não, não tô não, pessoal! Ela tem razão! Mas sabe, ainda bem que nunca comprei um presente pra ele! Imagina! Ele com outra e ainda usando uma camisa que eu dei! - Isso é! - Falou bonito, amiga! - De acordo! - É, Miriam, eu entendo! Mas, gente, por favor, alguém poderia me dar um conselho de loja ou de presente? - Nossa! Você parece que não aprendeu nada mesmo, hein, Paty? Não escutou nadinha do que ela disse! - É! Larga pra lá, amiga! Vai que o seu namorado faz o mesmo que o da Miriam fez com ela! Te larga e ainda leva seu presente para usar com outra! - É isso mesmo! Você aí trabalhando como uma louca e ele lá, paquerando as mocréias do trabalho! - Deixa de ser boba! Vai viver a sua vida! Gasta com você mesma! Não fica por ai presenteando vagabunda! - Seu presente, hã, quem vai usar com ele são as outras, queridinha! - E além do mais, você já verificou se ele se lembrou de você? Se ele comprou alguma coisa pra você? - Ah, acho que comprou! Ele sempre foi muito carinhoso! - O meu namorado... Digo... Ex-namorado... Também era! - Nossa! Homem é tudo igual, mesmo! – Sempre quer de gente, mas pra nós, filhinha, é outra história! - Quer saber de uma coisa! Deixa pra lá! Essa história toda já me encheu! Vai saber... - Isso se ele se lembrar do aniversario de vocês, né, queridinha? - Eu castro ele! Jogo aquela porcaria fora! Não vai usar comigo, nem com ninguém mais! - Para com isso, gente! Vocês não vêem que a estão deixando nervosa! Hoje é um dia festivo! De comemoração, de alegria! E vocês ficam aí só falando coisas ruins! Parece até que ficam desejando mal pros outros! É dia para se aproveitar! Não é mesmo, amiga? Você sabe que pode contar comigo, não é mesmo? Somos grandes amigas! As melhores! Sabe que pode contar comigo sempre que... - E você, sai de perto de mim...
Foi embora!


Por: Marcelo Mariano

quinta-feira, 21 de março de 2013

DICIONÁRIO CARIOCA PARA 'ENTENDEDOR' MINEIRO



O que parece normal para a comunicação entre os cariocas, muitas das vezes, precisa ser traduzido por mineiros para entendimento dos dialetos locais. Por isso, esse glossário auxiliará os ‘mineirinhos’ em turismos ocasionais!

Maluco... significa o cara gente boa!
Bonitão... significa um cara ‘gracista’... ‘entrão’...
Malandro... significa um cara... tipo carioca mesmo!
Parceiro... significa um cara amigo!
Filha da puuta... (pronome de tratamento para se referir à qualquer cidadão) significa um cara comum no estado do Rio de Janeiro
Meu irmão... significa que o carioca vai soltar uma na real em seguida!
Na real... significa o papo reto!
Qué o papo reto?... significa que vai vir alguma bomba em sequência... prepare-se!
Se fui pobre não me lembro... significa que o carioca ta tirando onda... tá ganhando bem, pelo menos no discurso!
Tô na pixsta... significa: “estamos aí... pro que der e vir...”
Fica no talento aí... significa: “Fica na sua”!
Aguarda na disciplina e não enche... significa que você tem que ficar quietinho, principalmente se a expressão for dita em bom tom de voz!
É o mundo se acabando... significa algo intenso...
Se ta ruim pra malandro, imagina pra otário... significa que você ta fudido, ou que te fuderam...
Não mete essa... significa “não fode”!
Não fode... significa “não sacaneia”!
Porra... geralmente significa uma virgula no diálogo entre os cariocas!
Kralho... geralmente vem acompanhado de: “trinta milhões de karalhos”, e é uma expressão que vem de brinde durante as conversas!
Se adianta... significa ”sai fora”!
Se me atrasar vai tomar um adianto... significa: “se me fuder, vai tomar uma porrada”!
Ficou tenso agora... significa “deu ruim”!
Deu ruim... significa que deu tudo errado!
Não me insulta não que eu te como... significa o que o carioca relaxou!
Vou abrir meu coração pra vcs... significa um momento de ‘viadágem’ do carioca!
Tá um luxo... significa que ta tudo uma maravilha!
Tô no brilho... significa que o carioca ta calibrado na cachaça, ou chapado mesmo... ou tentando ficar bêbado!
Pica... Pica das galáxias... Pau duríssimo... significa O CARA!
Engarrafamento monstro... significa o cotidiano dos cariocas!
Parada sinixstra... significa uma situação complicada!
Hoje eu tô piranha... significa MULHER MAL INTENCIONADA!

Por: Karla

quinta-feira, 7 de março de 2013

PEIDINHO BESTA



– Eu estou te dizendo, cara! Sob nenhuma hipótese, jamais mesmo, se pode soltar um peido perto do meu sogro!
– Mas agora ele é meu sogro também!
– Eu sei disso! Eu estou só te avisando! Eu já percebi como a família delas funciona. Existem coisas que não se pode fazer de maneira alguma.
– E uma delas é esse negócio do peido?
– Não só é uma delas! É a principal! Eles não toleram esse tipo de coisa nem mesmo entre eles!
– O interessante é que todos eles bebem muito, né? Então, como é que pode segurar um peido por tanto tempo?
– Não faço a mínima idéia! Eu só sei o que devo fazer e mais nada! Só estou te avisando! Quem avisa amigo é!
– Tudo bem! Vou ver o que dá pra fazer!
Mais tarde, numa noite de bebedeira:
– Olha, cara! Eu estou tentando me segurar, mas eu estou muito bêbado e toda hora me vem uma vontade de peidar! Estou saindo de perto e indo peidar no banheiro, mas toda vez o pai dela entra no banheiro logo depois de mim! Sabe como é, né? Ele sente o cheiro todo, cara! O peido está lá! Acabou de ser solto e aí não tem jeito! Pra piorar, ele fica me olhando quando sai do banheiro! Ele sabe que fui eu, irmão!
– Faz o seguinte: ao invés de ir peidar no banheiro, vai lá na garagem com a desculpa de fumar um cigarro e peida lá!
– Porra! Tenho que sair de casa para peidar? Você está de sacanagem, né? Eu estou vindo morar aqui, na casa da minha mulher, porra! Só porque o pai dela não aceita um peidinho besta, eu sou obrigado a sair daqui! Brincadeira!
– Pô, cara, desculpa, não queria te ofender! Mas não sou eu que faço as regras por aqui!
– Não, tudo bem! Você está tentando ajudar! Mas é que isso me irrita muito! Sabe como é, né?
– Sei. Sei sim. Eu nunca peidei aqui. Eu sempre arrumo os meus espaços.
– Então, cara, me faz um favor, só para não dar na cara!
– O que é?
– Vamos comigo até a garagem, a gente diz que vai fumar junto e aí eu vou pra um canto e peido! Mas tem que ser agora por que já tá escapando!
– Ok. Vamos lá, então!
– Ei! Amor! Amor!
– Oi, querido!
– Eu vou lá na garagem com o cunhado para gente fumar um cigarrinho! Sabe como é, né? Colocar as conversas em dia! Ok?
– Tudo bem, amor! Mas, aqui, leva o meu pai também que ele está querendo trocar umas palavrinhas com vocês! Os novos homens da casa!
– Hã! O que? O que?
– Pai! PAIEEÊ! os meninos estão te chamando para ir lá na garagem com eles! Papo de homens!
 – Está bem, minha filha! Pode dizer para eles que eu já estou indo lá!
Na garagem:
– Olha, pessoal! Vocês estão pensando que casar é uma tarefa fácil! Não é fácil, não! Tem que ter muito diálogo! Pra tudo, o casal precisa chegar num entendimento! Pode acontecer o que for que precisa ser conversado! Não pode passar em branco!
– Com certeza! Nós sabemos disso!
– É, com certeza! – ele já não se agüentava mais de tanta dor de barriga, mas segurou o peido com dignidade.
– Por isso que eu digo! Ficar junto com uma mulher não é fácil! Separei-me da sogra de vocês por que não tinha como mais! Mesmo assim, vocês precisam ter respeito com a família das esposas de vocês! Afinal, a família é parte envolvida e uma das mais importantes que...
– Olha, sogro! O senhor me perdoe, mas eu não agüento mais! – e soltou um peido tão alto que dois vizinhos do primeiro andar apareceram na janela para saber se tinha acontecido alguma coisa com o carro deles.
O sogro, imediatamente, fechou o rosto, olhou para o novo genro e disparou:
– Eu vou te perguntar uma vez só! Alguma vez eu peidei na sua cara?
– Mas, mas... Eu não peidei na cara do senhor, não!
– Responda-me: alguma vez eu fiz isso na sua cara?
– Não, senhor!
O sogro pediu desculpas ao outro genro e pôs-se a retirar. Pegou o carro, saiu cantando pneu, mas não sem antes deixar um último aviso:
– Não tem como o relacionamento dar certo assim, não! Escuta o que eu estou te falando!
E não deu.

Por: Marcelo Mariano

sábado, 2 de março de 2013

FILME DE TERROR



Os dois combinaram de ver um filme de terror! Atividade Paranormal! O primeiro! Eles já tinham costume de fazer isso. Porém quando eram adolescentes. Não agora como adultos. Cada um havia seguido a sua vida, mas costumavam se encontrar vez em vez para fazer coisas dos velhos tempos. Neste dia seria o filme de terror.
O problema é que os dois sempre foram medrosos. Tinham medo de tudo. Se alguma coisa se mexesse, uma porta, por exemplo, com o vento, eles se levantavam e desligavam o filme. Então resolveram convidar a esposa do dono da casa, para lhes fazer companhia. Ela, com certeza, não teria tanto medo! Achava aquilo tudo uma bobagem e resolveu acompanhá-los!
Pensaram numa preparação antecipada! Algo que os acalmasse e lhes trouxesse conforto! Talvez uma conversa descontraída ou um filme de comédia antes! Isso aliviaria o possível estresse do filme! Mas não! O amigo solteiro bateu o pé! Naquele dia não! Afinal não eram mais crianças! Precisavam aprender a lidar com o medo!
Assim prepararam uma pipoca, apagaram as luzes e aumentaram o som da televisão quase ao máximo! Queriam sentir o horror na pele!
Acharam o inicio bem bobo! Muito simples e tranqüilo! Mais parecia um reality show de segunda categoria!
Mas aos poucos o filme ia tomando outras dimensões. Ficara mais aterrador a cada minuto! Não tinha demônios ou algo que lembrasse isso! Pelo contrário, o casal era importunado por algo invisível, que não aparecia na tela. Alguma força ou entidade oculta. Isso foi deixando a história assustadora. Na sala, prevalecia o silencio, rompido apenas pelos intermináveis barulhos da televisão! Até a esposa do dono da casa foi ficando apreensiva! Totalmente concentrada no tema!
Ao fim, não quiseram se despedir! Ficaram pasmos com a história e preferiam não dizer uma palavra! O amigo solteiro, que morava perto, foi embora a pé, atravessando ruas escuras e vazias. Já o casal, que morava na casa, resolveu dormir, sem dizer sequer uma palavra sobre o filme!
Em meio à madrugada, o marido começou a ter um pesadelo atrás do outro! Todos relacionados ao filme! Acordou diversas vezes! Mas não tinha certeza se estava dormindo ou acordado! Em um dos pesadelos, acordou com barulhos vindos do apartamento de cima! Parecia uma mulher que acabara de chegar em casa e que calçava um sapato de salto alto! Seus passos eram lentos e aterradores! Ele olhou para a esposa dormindo, meio acordado, meio sonolento, e fez um sinal da cruz em sua testa! A esposa acordou desesperada e começaram a discutir!
Na casa do outro amigo, a história não era diferente! Fora dormir em seu quarto, mas o breu da casa o deixava nervoso! Na sala, havia uma carranca, que o fazia tremer de medo! Como ainda morava com a mãe, achou que talvez a companhia e o amor maternos poderiam ajudá-lo neste momento difícil! Assim dormiu com a mãe! Mas não adiantou! Acordou cedo, todo suado e com soluços!
Enquanto isso, o casal permanecia acordado! Passaram a noite em claro! Olhando para a porta da varanda, imaginaram mil atrocidades possíveis! No dia seguinte estavam um caco! Foi difícil até mesmo levantar-se da cama! O dia seguinte foi difícil para todos! E tanto o casal, quanto o amigo, preferiram não se ver naquele dia! Talvez o encontro deles propiciasse lembranças que não gostariam de voltar a ter!
A partir daí, os filmes de terror acabaram! E os encontros dos amigos passaram a ser em climas mais festivos e alegres! Foi melhor assim!

Por: Marcelo Mariano

DARTH VADER




Tinham ido para uma festa em outra cidade, no interior! Era longe, bem longe da capital onde moravam! Mas eles foram de carro! E compensou! Afinal, no interior, as festas eram mais baratas! Valia pena a gasolina!
E lá foram eles! A festa prometia! Muita farra, sons e mulheres! Estavam interessados nas mulheres do interior! A festa era numa boate, e bem de noite, quase de madrugada! Assim, deram um jeito de se instalar na cidade! Nenhum deles teria condições de dirigir depois da festa!
Na madrugada, podia-se ouvir a chegada de centenas de pessoas! Eram carros por todos os lados! A rua estava cheia de pessoas! Alguns já saíam ‘calibrados’ de casa! Outros preferiam curtir a festa na boate mesmo!
Ainda na fila e aguardando a abertura das portas, eles resolveram comprar cervejas! Ficou resolvido que 2 comprariam as cervejas e os outros marcariam o lugar na fila!
Assim 2 dos amigos saíram, mas só 1 deles voltou!
- Mas onde está o Chupeta?
- Sei não! Saiu para comprar cerveja com você e não voltou! – respondeu o amigo da fila.
- E agora, O que vamos fazer?
- Vai lá procurar que a gente fica aqui, para não perder o lugar!
E lá foi ele à procura do Chupeta!
Procurou, procurou... Até que o encontrou numa viela escura e escondida ao lado da boate! Estava acompanhado, mas, na escuridão, a mulher não pôde ser avistada pelo amigo! A festa havia começado mais cedo para o Chupeta! Mas ele não queria ser visto com ela! Não era aquele tipo de mulher que se apresenta aos amigos! Assim percebendo a aproximação, o Chupeta se apresentou espontaneamente!
- E ai? O que aconteceu? O que você estava fazendo aí? – perguntou o amigo!
- Eu... hã... nada! Procurando você!
- Então, vamos lá que já vai abrir!
Dentro da boate era uma festa só! Tinha bebida, muita musica e mulheres! Justamente como eles queriam. Porém estava muito escuro! Um breu só! Mal se podia ver um palmo à frente!
- Oh, Chupeta! Chupeta! Vai lá buscar umas cervejas no balcão! Cada hora vai um! Nós vamos ficar aqui, neste mesmo lugar!
E o Chupeta saiu! Mas demorou muito a voltar e um dos amigos interrogou:
- Porra! Mas não é possível! O Chupeta só pode estar de brincadeira! Tem meia hora que ele saiu e ainda não voltou!
- Espera aí que vou lá ver onde ele está! – respondeu o amigo que o procurou do lado de fora.
Minutos depois ele volta correndo, assustado e bufando bastante:
- Pelo amor de Deus, gente! Ajuda aqui! O Chupeta se meteu em confusão! É briga mesmo! Tem um cara dando uma gravata nele pela frente! E o cara é grande! Grande mesmo! – e fez o gesto com o braço para que os outros pudessem ver.
O pessoal ficou muito assustado! Aquilo parecia realmente sério! O Juan foi o primeiro a chegar! Trazia consigo uma cadeira na mão! Os outros também chegaram prontos para o combate! “Não se podia deixar o Chupeta sozinho nem um minuto!” – pensaram.
Chegando mais perto, o estranhamento era geral! Todos olhavam boquiabertos e não acreditavam no que estavam vendo! Tratava-se de uma mulher e não de um homem!
Ela tinha um bigode no rosto, bem acima dos lábios grossos e carnudos! Tinha um cabelo encaracolado e curto, que de perto lembrava muito a mascara do Darth Vader! Lembrava porque o cabelo não se mexeu quando ela se virou para ver o que estava acontecendo! Seu nariz era extenso lateralmente e bem achatado! E sua boca, bem abaixo do bigodão, era caída e triangular, lembrando mais uma vez a parte da boca da mascara do Darth Vader!
Não restava dúvida! Era o ‘Darth Vader’! Que combinava bastante com a escuridão do local! ‘O lado negro da força!’. Era a mesma ‘mulher’ que ele escondera do amigo na viela fora da boate! Ele sabia que aquilo não iria acabar bem e que a turma gozaria sem dó! Talvez seja difícil descrever o misto de alivio, preocupação e alegria que aquele cena provocou nos amigos do Chupeta! Não se agüentavam de tanto rir dele, que ficou lá atônito e imóvel! E mais: o gosto do Chupeta por mulheres estranhas foi só aumentando, tornando-o cada vez mais uma figura essencial para as próximas festas!

Por: Marcelo Mariano

QUATRO GOLS?



Toda a turma se reuniu para ir ao clube. Ao todo eram 10. Exatamente 2 times de futebol de salão. Alguns eram sócios e pegavam convites para os outros. Assim não precisavam completar os times. Estudavam todos na mesma sala do colégio. Entre pernas de pau e futuros ‘craques’, tinha o Luis. Ele participava de todos os encontros da escola. Também não era pra menos. O Luis era o palhaço da turma! Não porque fazia os outros rirem com suas piadas, mas porque era literalmente engraçado. Um típico sujeito cômico que se tivesse que ser um ator de comédia não daria tão certo!
O Luis era um menino alto, de 1,85m aproximadamente, e bem forte. Só que inocente! Bobo mesmo! Caía em todas as palhaçadas da turma! Na escola, quanto tinha uma prova oral ou uma apresentação de trabalho, e o Luis era convidado a falar, todos riam antecipadamente. Alguma coisa engraçada sairia dali! E seria hilário! Mas engana-se quem pensa que o Luis era motivo de chacota, ou bullying! Pelo contrário, ele adorava aquilo! O Luis, de fato, era muito querido!
Neste dia, do clube, com a turma toda, o Luis aprontou mais uma! Como eram 10, formou-se 2 times de futebol! 5 para cada lado! O Luis, para alegria de todos, foi para o gol de um dos times!
Jogo tenso, empatado! Todos surpresos pela bela atuação de Luis! Pegou tudo! Só saía gol por falha da zaga! Com o Luis, não passava nada!
Empolgado com a atuação, Luis resolveu defender até as bolas que iam para fora do gol!
Numa dessas, o Tadeu chutou para o alto! Chutou a bola longe mesmo! Como um lançamento de futebol de campo! O Luis, desajeitado e sem entender a jogada, correu atrás da bola! Sem noção de tempo e de espaço, Luis atravessou a quadra e entrou na outra, ao lado, para fazer a defesa no outro gol! No gol da quadra ao lado que estava vazia. Luis catou firme e se levantou para lançar a bola de volta ao seu time! Só aí se deu conta de que estava do outro lado, na outra quadra, no outro gol! Todo mundo disparou a rir! Davam gargalhadas de sair lágrimas! Tudo isso aconteceu porque um zagueiro do seu time gritou: “Vai Luis, pega a bola! Não perde essa! Ainda dá pra ganhar!”. Quando Luis se deu conta que riam dele, ficou vermelho de vergonha! Mas não perdeu a pose! Pegou a bola, atravessou as quadras e retomou o jogo! O time dele ganhou e Luis foi exaltado!
No outro dia, ele contou que tudo aquilo foi apenas uma estratégia do jogo! Sabe como é, para tirar a atenção do adversário!

Por: Marcelo Mariano